CANCRO MOLE (IMAGENS QUE PODEM CHOCAR)!!!
O cancro mole é particularmente comum em algumas regiões da África, na Ásia e na América
Latina, onde a incidência pode exceder a da sífilis como causa de ulceração genital. O cancro mole é considerado uma doença sexualmente transmissível incomun. Segundo os dados enviados ao Centers for Disease Control and Prevention (CDC).
O aumento da incidência de cancróide nos meados dos anos 80 ocorreu simultaneamente com o aumento na incidência de sífilis primária e secundária entre minorias de homens e mulheres heterossexuais. O aumento da incidência de sífilis foi associado com uso de cocaína entre homens e mulheres e entre os homens, com troca de favores sexuais.
Tem sido postulado que fatores semelhantes podem ser também responsáveis pelo aumento da incidência de cancróide. A persistência do cancróide em uma população depende de vários fatores, que podem ser matematicamente expressados. Estima-se que a probabilidade de transmissão de cancróide de um indivíduo infectado para um indivíduo feminino sadio durante uma única exposição sexual seja 0,35. A duração da infectividade é estimada em 45 dias.
O número de parceiros sexuais é um fator crítico na disseminação do cancróide. Isto também ajuda a explicar a associação de cancróide com certos fatores de risco como uso de crack e álcool, pois os indivíduos viciados em cocaína e álcool têm mais parceiros sexuais e são mais sujeitos ao comportamento sexual de alto risco. A maioria dos casos ocorre em homens. Esse fato provavelmente resulta de uma combinação de fatores: anatomia masculina mais facilmente visível.
As DST em geral e as doenças ulcerativas genitais em particular são fatores de risco na transmissão heterossexual de HIV. Foram propostos dois mecanismos para explicar como as úlceras genitais aumentam a transmissão de HIV. O cancróide e outras doenças genitais ulcerativas poderiam facilitar a transmissão de HIV pelo aumento da disseminação do vírus através da úlcera. De fato, o HIV tem sido detectado em úlceras de cancróide. A presença da úlcera também aumenta a susceptibilidade à infecção por HIV pela ruptura da barreira epitelial e talvez pelo aumento de células susceptíveis ao HIV no ponto de entrada. Em biópsias de cancróides de indivíduos infectados experimentalmente com H. ducreyi observa-se um infiltrado característico de macrófagos e linfócitos T na derme. Ainda estão para ser determinadas a proporção de células CD4 no infiltrado e a susceptibilidade à infecção por HIV.
O período de incubação usualmente é de 4-10 dias, mas períodos mais longos não são incomuns. A lesão começa com uma pápula eritematosa ou pústula dolorosa no local da
inoculação; alguns pacientes não se lembram da pápula, mas descrevem o início como uma úlcera eritematosa rasa. A lesão primária pode ser descrita simplesmente como uma "ferida". Durante os próximos 1-2 dias a pápula se transforma em uma úlcera dolorosa. Algumas úlceras podem ser bem superficiais, mas a maioria é profunda; as úlceras são escavadas na pele e frequentemente dificulta o exame da úlcera. A úlcera algumas vezes é mascarada por exsudato sexo ou por crostoso que revela a ulceração ao ser removido delicadamente com gaze embebida em salina.
Em homens as úlceras frequentemente ocorrem no prepúcio, resultando em fimose, uma dolorosa incapacidade de retração do prepúcio. À medida que a doença progride, em até 50% dos casos aparece linfadenopatía inguinal unilateral ou bilateral, caracteristicamente dolorosa, mesmo que os gânglios sejam pequenos. A adenopatia varia de apenas palpável - ainda que bem dolorosa - até intensa. Podem ocorrer bubões (linfodonos grandes e flutuantes), um achado que não é visto na sífilis e no herpes genital. Na ausência de tratamento eficaz a punção profilática com agulha os bubões frequentemente supuram, deixando fístulas ou úlceras secundárias no local da drenagem. Foi descrita uma forma variante de úlcera conhecida como mou volant (cancro transitório), que evolui espontaneamente após 4-6 dias mas pode ser seguida por adenopatia inguinal que se torna um enigma diagnóstico.
Em mulheres as úlceras ocorrem na região vulvar; o estado de portador de H. ducreyi sem sinais de infecção parece ser incomun. Há várias diferenças na expressão da doença entre homens e mulheres Em cerca de metade dos indivíduos não há mais que uma úlcera. Os homens invariavelmente são sintomáticos, mas ocasionalmente as mulheres podem ser assintomáticas quando as úlceras ocorrem no colo do útero ou na vagina. Supõe-se que as úlceras anais em mulheres resultem de drenagem ou auto-inoculação e não necessariamente de coito anal. Úlceras transitórias podem ser encontradas frequentemente na face interna das coxas de mulheres de mulheres não-infectadas. A relativa infrequencia de adenopatia em mulheres presumivelmente se deve a diferenças na drenagem linfática entre o sexo masculino e feminino. Podem ocorrer úlceras na boca como resultado de sexo oral, e, raramente, em outros locais do corpo por cauxa de auto-inoculação. Tem sido descrita a colonização da boca, do colo do útero e do pênis na ausência de sinais e sintomas. Infelizmente as úlceras cancróides frequentemente têm apresentação clínica atípica, que resulta em erros de diagnóstico com consequente falha na adequação terapêutica. O cancróide pode mimetizar herpes genital, gonorréia e donovanose. A situação se complica mais pelas mudanças no quadro clínico, que ocorrem por infecção concomitante de H. ducreyi e HIV. As lesões podem se tornar menos vascular e mais parecidas com as lesões da sífilis. Podem também disseminar-se localmente com grande número de lesões dolorosas.
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